quarta-feira, 5 de setembro de 2012

BEXIGAS E BEXIGAS



Colocar "festa de criança" e "bexiga" numa mesma frase pode ser considerado pleonasmo ou até mesmo redundância para crianças de várias gerações, tamanha a magia gerada por um balão cheio de ar. Mas algumas bexigas geram um certo incômodo quando estão cheias demais. Isso é o que concluem três amigos que conversam num banco de uma praça que não é praça, num recreio onde preferem não "recrear". O episódio dessa semana marca a despedida de João Vitor, que em meio a muita peraltice, nos alegrou e ensinou durante esse tempo em que esteve no Colégio Alvorada conosco. Avante João!



O MENINO DA FRONTEIRA

O que é fronteira? Quem inventou a palavra fronteira? O que ela realmente significa? O senso comum acredita que a fronteira é o limite entre duas partes distintas, por exemplo, dois países, dois estados, dois municípios. As fronteiras representam muito mais do que uma mera divisão e unificação dos pontos diversos. Elas determinam também a área territorial precisa de um Estado, a sua base física.

As fronteiras podem ser naturais a, geométricas ou arbitrárias; sendo delimitações territoriais e políticas que, através da proteção que garante aos seus estados, representa a autonomia e a soberania desses perante os outros.


Mas, na verdade, fronteira é o grande retrocesso evolutivo da humanidade, que num dado momento de sua história resolveu que, nós seres humanos seríamos a  única espécie a limitar uma área de convivência que não representa apenas o seu habitat.  


No episódio dessa semana dois amigos se sentam na hora do recreio e conversam sobre suas experiências fora do Brasil. 


sábado, 7 de julho de 2012

O CÓDIGO VACCARINI

As crianças foram ao parque, mas não era pra brincar. As crianças saíram pra estudar, mas não era na escola. As crianças criaram histórias, mas não eram escritoras. Nossas crianças estão num filme, mas nem era "Hora do Recreio". São alunos do terceiro ano do Colégio Alvorada que finalizaram o projeto de artes do primeiro semestre e realizaram um curta metragem onde a matéria prima foi a imaginação de cada um deles. Desde o primeiro semestre, a professora  Ariane Grepi discutiu, debateu e apresentou a seus alunos, um artista ribeirão pretano, Bassano Vaccarini, italiano nascido em 1914, parquedista na 2ª grande guerra e escultor até seus ultimos dias de vida, que chegou ao fim na cidade de Altinópolis no ano de 2002. 


Na cidade de São Paulo ajudou a fundar o Teatro Brasileiro de Comédia, além de dirigir peças de teatro, produzir filmes e lecionar na FAU-USP. Posteriormente, em 1958, foi convidado pelo prefeito de Ribeirão Preto Costábile Romano a restaurar prédios da cidade. Hoje suas esculturas estão expostas no Parque Maurílio Biagi, região central da cidade ribeirão preto e onde suas obras ficam expostas numa "galeria a céu aberto". O curta metragem que será exibido no nosso blog essa semana é o resultado desse trabalho incrível de nossa professora, que prova o quanto a educação ainda pode usar o encantamento e a sensibilidade para apaixonar seus educandos. As releituras realizadas pelos alunos puderam ser vistas durante a última semana, na exposição que aconteceu na escola. E o curta metragem "O Código Vaccarini" exibido a pais e alunos na última terça-feira, 3 de julho de 2012 emocionou os presentes e em especial, a maestra da turma, Tia Ariane.


http://www.youtube.com/watch?v=_YdhE7evF8k&feature=plcp

terça-feira, 3 de julho de 2012

ÁGUAS DE JÚLIO

O mês de junho acabou. "Águas de Junho" ficou para trás, mas Júlio, o rebelde aluno que confrontou rispidamente uma professora e colocou em xeque um dos mais debatidos assuntos relacionados com desenvolvimento sustentável, está de volta, abrindo a Hora do Recreio do mês de julho de ouvidos abertos para a replica de sua professora. "Águas de Júlio" é o primeiro episódio do "Hora do Recreio" no mês do recreio e último da série de cinco sobre sustentabilidade. As discussões não devem se encerrar por aqui, já que na semana da criança a escola de Júlio receberá a exposição "Caminhos da Sustentabilidade", uma Exposição com 10 painéis apresentando pequenas ações que podemos adotar em nosso dia a dia que contribuem para a preservação do planeta. 


Esta exposição estará disponível para itinerar em escolas de Ensino Fundamental e poderá ficar até 2 semanas em cada escola. É uma iniciativa do SESC - Ribeirão Preto. No mês de Julho os temas dos episódios serão variados e no mês de agosto trago notícias de minha viagem até o Mato Grosso do Sul onde ficarei alguns dias convivendo numa aldeia indígena. Até sábado!



terça-feira, 26 de junho de 2012

UMA TRÁGICA EQUAÇÃO


Muito se ouve falar sobre o vegetarianismo e o desmatamento da Floresta Amazônica e Mata Atlântica, mas poucas vezes esses assuntos aparecem relacionados em artigos ou matérias jornalísticas sobre ambos. O fato é que, a maioria das pessoas enxerga nos empresários da indústria madeireira o maior vilão do desmatamento. Porém, esse é um dado antigo, já que atualmente, a maior parte dos desmatamentos que ocorrem em território brasileiro aconteça com o propósito de criar pastos bovinos e plantação de soja para a importação.
Portanto, chegamos à seguinte equação: se grande parte da carne produzida em pastos no Brasil serve para o consumo da população brasileira, logo, constatamos que, se a população resolvesse abandonar o costume de comer carne bovina, a demanda de consumidores diminuiria e consequentemente seus produtores não teriam necessidade de criar novos pastos para criação de bois, diminuindo assim, o desmatamento das florestas brasileiras.

Por que então essa equação não é difundida nas escolas e nas campanhas de institutos ambientais? Simples, porque venda de carne bovina alimenta a economia nacional, engorda o PIB brasileiro e favorece os interesses de políticos que veem na economia, a principal vitrine de desenvolvimento de uma nação.

No episódio dessa semana nossas crianças sentam-se para lanchar durante a hora do recreio e acabam tendo uma discussão sobre doces e guloseimas; o que os levam a perceber que todo tipo de carne que comem, vem de um animal que foi morto. Sobretudo, quando a realidade se revela há alguns metros deles, isso pode ser altamente assustador. 


domingo, 24 de junho de 2012

RIO + QUANTOS?


Embora eu esteja publicando em nosso blog em pleno domingo (24/06), meu texto e minhas impressões descritas aqui se referem à minha sensação de sábado retrasado (16/06), o primeiro dia em que estive na RIO+20, no espaço da Cúpula dos Povos, onde escrevi esse texto no início daquela madrugada.

Parti de Ribeirão Preto em direção ao Rio de Janeiro na sexta-feira, dia 15 de junho.  Além do meu ativismo ambiental, que levei no bolso de fora de minha mala, preferi usar uma “lente especial” e ler tudo aquilo que eu estava vivendo e presenciando, com olhos de educador. Minha grande surpresa é que, no alojamento da UFRJ, local onde fiquei hospedado, havia uma teia de grupos de ativismo muito diversificada e, por incrível que pareça, com propósitos prioritários muito diferentes dos que eu esperava encontrar. 
Dentre eles destaco o movimento feminista, os grupos que difundem a descriminalização da “maconha” como propósito de tratar os problemas das drogas como responsabilidade dos institutos relacionados à saúde e não a segurança pública e uma porção de outros, relacionado à resistência ao capitalismo em todas as esferas, incluído a ambiental.
Observei que o ativismo relacionado ao desenvolvimento sustentável, por mais irônico que pareça, também se mostra sustentável quando o assunto é reunir o maior número de redes de interesses diversificadas que tem no meio ambiente um interesse em comum. Ou seja, um sustenta o outro.
A má notícia é que a grande sujeira e bagunça presente no ambiente onde os revolucionários do “verde” ficavam, estavam muitas vezes sujo e desorganizado, contradizendo um dos princípios mais ditados pelo ativismo ambiental, que é o de reduzir a produção de lixo e reciclar o produzido. 
No 8º episódio da série “Hora do Recreio” (“Quem tem medo de gente mau?”), postado no sábado retrasado (16/06), vê-se claramente uma metáfora do que acontecia na RIO+20, o personagem da aluna Lorrayne demostra preocupação quando o assunto é reciclagem do lixo e o vegetarianismo, mas como o segundo é sua bandeira principal,  o fato de seu colega ter jogado um lanche com carne no chão não a incomoda.
Durante essa semana, excepcionalmente, a série “hora do recreio” terá publicações diárias até o próximo sábado, exibindo vídeos documentais revelando detalhes de beleza, das discussões e das minhas reflexões sobre o maior evento de desenvolvimento sustentável que ocorreu no Rio de Janeiro, na qual fui representando o Colégio Alvorada de Ribeirão Preto, São Paulo.




sábado, 9 de junho de 2012

ÁGUAS DE JUNHO

Como já disse no último post, todos os episódios de "Hora do Recreio" durante o mês de junho terão como tema às questões ambientais,  seus debates, suas verdades e suas suposições. E por falar em suposição, o episódio de hoje se refere à maior delas e também a mais infundada, a de que a água do planeta está acabando.

Surpresa!

Não está. Desde a pré história os recursos hídricos presentes no planeta Terra são os mesmos, ou seja, a água potável que temos no planeta hoje é a mesma que tínhamos há milhares de anos. Portanto a economia da água nos dias de hoje não impedirá a inacessibilidade dela à população terrestre.

Vamos analisar a seguinte hipótese:
Você resolve acampar. Se encaminha, acompanhado de mais 4 amigos para uma praia deserta. Ao chegar lá percebem que o local fica distante de qualquer região urbana ou de comércio. Mas vocês estão preparados para isso.  Além dos mantimentos levaram 5 galões de 20 litros de água, para os 5 dias que passarão lá. 
Um dos galões foi suficiente para o primeiro dia e ainda sobrou 10 litros. Mas, no segundo dia, chegam visitas, 5 novos amigos que sabiam do acampamento. Eles não trazem água o galão do segundo dia acaba, mas foi o suficiente para satisfazer a necessidade de todos ali. No terceiro dia, mais 5 amigos chegaram, agora já são 15. Combinaram que teriam que economizar água, pois caso contrário, no 5º dia não teria água suficiente.
Beberam racionadamente os 20 litros de água  já que o meio galão que havia sobrado do 1º dia, já tinha evaporado, pois não estava estocado. 
No quarto dia, chegam mais 5 amigos, agora já são 20. E em vez de curtirem o passeio, as trilhas e a roda de violão sob a lua, eles passam o dia discutindo o que fazer com a pouca água que tinham para passar os dois dias restantes de acampamento. No 5º e último dia, chegam mais 5 amigos e todos começam a brigar pra disputar quem tem mais direito aos goles de água do último galão.

Voltando a nossa realidade, estamos no 4º dia.

Se toda água de hoje é mesma que tínhamos no planeta na pré história e, mesmo assim, já não mais é suficiente para abastecer a população da algumas nações, economizar água de nada adiantará para resolvermos o problema se novos amigos chegarem no 5º dia de acampamento.

O que pouca gente sabe é que as usinas de dessalinização, embora muito poluentes, transformam a água salgada do mar em água potável. Seu custo é caro, mas levando-se em conta que as crianças não vão parar de nascer essa é, de fato, pelo menos até os dias de hoje, nossa única solução.

Além do 7º episódio da nossa série, o blog teorias infantis também incluiu abaixo um documentário de 10 minutos explicando toda a situação, de forma mais documental.  O curta foi produzido por Anderson Lima em 2007.

 

terça-feira, 5 de junho de 2012

PODER OU PODAR?


Sem dúvida, o esforço dos educadores em transmitirem informações sobre sustentabilidade, reciclagem e outras curiosidades relacionadas à questão ambiental é muito grande. Muitas vezes essas informações são passadas de maneira superficial ou catastrófica, deixando aceso em nossas crianças um ponto de interrogação nem tão positivo assim.
Na verdade, o erro não é dos professores, mas dos meios de comunicação que divulgam, de forma exacerbada e errônea, formas preventivas de cuidar do planeta.  No episódio dessa semana, pela primeira vez, a série “Hora do Recreio” apresenta cenas que acontecem em sala de aula, e pela primeira vez os adultos ganham voz mostrando os dois lados dessa moeda.
A preservação da Floresta Amazônica é, de fato, tema decorrente no dia a dia, quando o assunto é consciência ambiental. Mas o que uma criança moradora da região sudeste pode fazer para evitar o tal desmatamento? A resposta a essa pergunta se encontra no 6º episódio da série e na memória de todos os alunos que participaram dessa filmagem. 

Entre os dias 13 e 22 de junho de 2012 acontecerá no Rio de Janeiro um dos maiores eventos relacionados ao tema no mundo, a RIO+20, que contará com a presença de intelectuais, políticos e ativistas que se reunirão pra discutir propostas  para diminuição d a febre do planeta Terra. Fique de olho.




segunda-feira, 28 de maio de 2012

AULA DO RECREIO


Como já foi dito anteriormente, a série “Hora do Recreio” é parte do produto final do projeto integrado de teatro e filosofia para crianças, no Colégio Alvorada (Pintando o Set). A cada cinco episódios, o pátio do recreio dá lugar a uma das aulas que aconteceram nessa primeira etapa do projeto. Durante os 4 primeiros episódios os espectadores puderam conferir como um papo de criança na hora do recreio pode ser esclarecedor e nos ensinar a 

solução de alguns enigmas que, mesmo os adultos, nunca haviam se dado conta. Ou seja, vimos o exemplo de como podemos aprender com a “hora do recreio”. Agora é hora de sabermos como a “hora do recreio” aprende durante as aulas no dia a dia da escola.
Nesse episódio, poderemos observar como as crianças sintetizam o pensamento relacionado a algumas realidades do cotidiano, como percebem certas palavras e como as define. Muitas vezes é , a partir daí, que um argumento é desenvolvido. 



Como exemplo, cito o episódio anterior (O Ovo ou a Galinha), que tem na sua solução, uma ideia sugerida pelo aluno Júlio Cardoso do 4º Ano. Nesse episódio, as crianças filosofam sobre o tema dinheiro. 













sábado, 19 de maio de 2012

CHOCANDO AS PERGUNTAS


Lauara tinha planejado um “pic-nic surpresa” com  sua  amiga de classe. Ela  só  não esperava  que  a amiga não soubesse o que era isso e, menos ainda, que sua ideia seria trocada por uma breve conversa inspirada pelos questionamentos de Bruno, que perambulava de um lado pro outro correndo atrás das galinhas e da resposta à sua pergunta: 

Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?


A centenária questão redundante é acesa pelos colegas que passam a hora do recreio tentando chegar a uma conclusão. O argumento desse roteiro foi sugerido por um colega de classe durante as aulas de teatro , mostrando que nossos alunos estão longe de aceitar “porque sim” como resposta. Divirta-se e, quem sabe, você também não encontre uma outra solução?